RECITAL DE PIANO
Viagens na Minha Terra
Joana Gama, piano
Duração: c.60' sem intervalo
LINK para Recital no Musibéria, Outubro 2014
NOTAS AO PROGRAMA
A obra "Viagens na Minha Terra", cujo título nos remete para a obra homónima de Almeida Garrett, de Fernando Lopes-Graça dá o título a este recital. Apesar dos cinquenta anos que separam a composição das obras “Viagens na Minha Terra” de Lopes-Graça e “Lume de Chão” de Amílcar Vasques-Dias e ainda que as abordagens e estilos de composição sejam consideravelmente díspares, nota-se um especial interesse por parte dos dois compositores em "retratar" de forma pessoal o nosso país. Em cada um dos andamento do ciclo "Viagens na Minha Terra", composto em 1953 e 1954, encontramos referências a lugares, especificidades ou tradições de várias localidades portuguesas, numa espécie de compilação das viagens de cariz etnográfico que Lopes-Graça foi fazendo pelo país, muitas vezes na companhia do etnomusicólogo corso Michel Giacometti. Assim somos levados a ambientes bem contrastantes: desde a solenidade da "Procissão de Penitência em São Gens de Calvos" ao ambiente dançante de "Em Alcobaça dançando um velho Fandango". Com melodias provenientes da música tradicional portuguesa, esta obra é pautada por uma imensa frontalidade, por vezes quase rude, no discurso musical. Bem diferente é a abordagem de Amílcar Vasques-Dias na sua relação com Portugal e com o piano. Em "Lume de chão", num ambiente poético e nostálgico, Vasques-Dias, natural de Badim (Monção) e actualmente a viver no Alentejo, transporta para a música as impressões, memórias e influências da sua infância minhota e da vida no campo alentejano. "Tecido de memórias e afectos", o subtítulo deste ciclo composto entre 2003 e 2004, procura fazer a ligação entre o "lume de chão" do Alentejo e a "lareira" do Minho. Em termos musicais, o compositor explora continuamente os registos extremos do piano e, de forma a unificar este ciclo, o aparecimento recorrente de fragmentos nas diferentes peças. Este recital resulta assim num passeio poético-etnográfico por Portugal inspirado pela frase de Saramago "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.
Viagens na Minha Terra
Joana Gama, piano
Duração: c.60' sem intervalo
LINK para Recital no Musibéria, Outubro 2014
NOTAS AO PROGRAMA
A obra "Viagens na Minha Terra", cujo título nos remete para a obra homónima de Almeida Garrett, de Fernando Lopes-Graça dá o título a este recital. Apesar dos cinquenta anos que separam a composição das obras “Viagens na Minha Terra” de Lopes-Graça e “Lume de Chão” de Amílcar Vasques-Dias e ainda que as abordagens e estilos de composição sejam consideravelmente díspares, nota-se um especial interesse por parte dos dois compositores em "retratar" de forma pessoal o nosso país. Em cada um dos andamento do ciclo "Viagens na Minha Terra", composto em 1953 e 1954, encontramos referências a lugares, especificidades ou tradições de várias localidades portuguesas, numa espécie de compilação das viagens de cariz etnográfico que Lopes-Graça foi fazendo pelo país, muitas vezes na companhia do etnomusicólogo corso Michel Giacometti. Assim somos levados a ambientes bem contrastantes: desde a solenidade da "Procissão de Penitência em São Gens de Calvos" ao ambiente dançante de "Em Alcobaça dançando um velho Fandango". Com melodias provenientes da música tradicional portuguesa, esta obra é pautada por uma imensa frontalidade, por vezes quase rude, no discurso musical. Bem diferente é a abordagem de Amílcar Vasques-Dias na sua relação com Portugal e com o piano. Em "Lume de chão", num ambiente poético e nostálgico, Vasques-Dias, natural de Badim (Monção) e actualmente a viver no Alentejo, transporta para a música as impressões, memórias e influências da sua infância minhota e da vida no campo alentejano. "Tecido de memórias e afectos", o subtítulo deste ciclo composto entre 2003 e 2004, procura fazer a ligação entre o "lume de chão" do Alentejo e a "lareira" do Minho. Em termos musicais, o compositor explora continuamente os registos extremos do piano e, de forma a unificar este ciclo, o aparecimento recorrente de fragmentos nas diferentes peças. Este recital resulta assim num passeio poético-etnográfico por Portugal inspirado pela frase de Saramago "Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara”.
PROGRAMA
Amílcar Vasques-Dias (n. 1945) Lume de chão - Tecido de Memórias e Afectos 1 Acender 2 Eira do Outeiro 3 Azinheira de silêncio 4 Espadelar (Linho) 5 Assedar (Linho) 6 Fiar (Linho) 7 Linho 8 Tear-Tecer 9 Ao lume (Conto) 10 Acácia de ninhos 11 Alçapão 12 Cerejas-Pão 13 Sobreiro |
Fernando Lopes-Graça (1906 – 1994) Viagens na Minha Terra - Dezanove peças para piano sobre melodias tradicionais portuguesas 1 Procissão de Penitência em S. Gens de Calvos 2 Na Romaria do Senhor da Serra de Semide 3 Noutros tempos a Figueira da Foz dançava o Lundum 4 Um Natal no Ribatejo 5 Em Alcobaça, dançando um velho Fandango 6 Em Ourique do Alentejo, durante o S. João 7 Acampando no Marão 8 Em São Miguel d'Acha, durante as Trovoadas, mulheres e homens cantam o Bendito 9 Em terras do Douro 10 Nas faldas da Serra da Estrela 11 Em Silves já não há moiras encantadas 12 Cantando os Reis em Rezende 13 Em Pegarinhos, uma velhinha canta uma antiga canção de roca 14 Na Citânia de Briteiros 15 Em Monsanto da Beira, apanhando a margaça 16 Na Ria de Aveiro 17 Em Setúbal, comendo a bela laranja 18 Em Vinhais, escutando um velho Romance 19 Os adufes troam na romaria da Senhora da Póvoa de Val-de-Lobo |