Erik Satie, O Peripatético

Erik Satie
Sonneries de la Rose + Croix (Air du Grand Prieur)

John Adams
China Gates

Erik Satie
Gnossienne Nº 1

Carlos Marecos
Três Prelúdios sobre o Mar

Erik Satie
Gymnopédie nº1

Arvo Pärt
Für Alina

Erik Satie
Embryons Desséchés:
d' Holothurian;
d' Edriophthalma;
de Podophthalma

Alexander Scriabin
Vers la flamme

Erik Satie
Sonatine bureaucratique:
Allegro;
Andante;
Vivache

Heitor Villa-Lobos
Prelúdio  (Bachianas Brasileiras nº4)

Erik Satie
Valse-Ballet

Notas ao programa

peripatético
adj. s. m.
1. que ensina passeando, «que gosta de passear»
2. figurado extravagante; exagerado

Autor de obras como as famosas Gymnopédies, Erik Satie (1866-1925) é uma figura incontornável da cena artística parisiense da transição para o século XX. Neste recital, percorreremos as várias facetas do compositor, num confronto entre melancolia e misticismo, entre superficialidade e profundidade, mas sempre com ironia. No sentido de realçar a importância de Satie na produção musical que lhe sucedeu, colocou-se a sua música em relação com algumas obras que, de certa forma, lhe foram beber inspiração. Surgem assim, nomes de compositores singulares associados às correntes do Minimalismo, como Pärt e Adams, e do Atonalismo, como Marecos e Scriabin. Refira-se que O Peripatético, cognome atribuído a Satie para o título deste concerto, se deve, por um lado, aos seus modos excêntricos e, por outro, ao seu gosto por longos passeios (à semelhança dos filósofos peripatéticos) entre Arcueil, onde vivia, e o centro de Paris. Pensa-se que seria durante estas caminhadas diárias, que incluíam várias paragens em cafés, os seus locais de eleição para passar os dias e as noites, que Satie organizava as suas ideias musicais, que eram depois copiadas para o papel de uma forma obsessivamente meticulosa.